Portfólio da disciplina "Saúde na Escola" do módulo II - Educação comunitária, saúde e cidadania na escola - do curso de especialização "Ética, valores e cidadania na escola" da Universidade de São Paulo
Autor: Fernando de Padua Laurentino - Butantã II - Turma D.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

28- Depressão na infância e na adolescência

Definição: transtorno de humor ou afeto: sentimento de tristeza profunda, associado com sintomas fisiológicos e cognitivos na pessoas.
Conjunto de sintomas da depressão: humor deprimidido (tristeza, desesperança), perda de prazer e interesse por atividades anteriormente satisfatórias. Diminuição da energia, desânimo.

Crianças e adolescentes são tão suscetíveis quanto adultos em relação à depressão.

A depressão interfere na vida diária, nas relações sociais e na vida acadêmica do aluno.

1% das crianças em idade pré-escolar apresenta sintomas de depressão, este número sobe para 2 a 4% em crianças em idade escolar e 5 a 8% entre adolescentes. Estes números são iguais entre os sexos na idade infantil, mas na adolescência atinge mais as meninas.

Causas da depressão:
Biológicas: genética, estrutura e química do cérebro.
Psicológicas: stress, traumas, desamparo, forma de perceber e de lidar com o mundo.
Sócio-culturais: papéis, expectativas, suporte social.

Fatores de risco: histórico familiar com depressão, sexo feminino, episódios anteriores de depressão, acontecimentos estressantes, dependência de drogas, violência doméstica e elevada exigência acadêmica.

Sintomas na criança: tristeza, falta de motivação, solidão, humor deprimível, instável e irritável, mudanças súbitas de comportamento, mudanças de apetite e/ou peso, dificuldade em divertir-se, tédio. Queixas físicas: cansaço, falta de energia, dores de cabeça, dores de barriga, insônia. Ideação de morte, pensamentos recorrentes de suicídio. Preocupações, choro excessivo, sentimentos de culpa, baixa autoestima, hipoatividade, fala em ritmo devagar, de forma monótona, monossilábica etc.

Sintomas apresentadas pela criança na escola: queda do rendimento escolar, falta de concentração, perda de interesse pelas atividades, falta de motivação, pensamento lentificado, impulsividade e irritabilidade (brigas), choro fácil, isolamento na sala de aula e no recreio, dificuldade nos processo cognitivos.

Consequências da depressão entre estudantes: compromete o desenvolvimento e o funcionamento social da criança e do adolescente: recorrência na idade adulta.

Tratamento: medicação, psicoterapia, suporte familiar, psicoeducação: rede de apoio especial de amigos, no trabalho, na escola.

Aspectos importantes: identificar os antecedentes do episódio depressivo, minimizar os impactos negativos dos sintomas, aumentar a eficácia dos esforços de soluções de problema e a criança ou adolescente precisa aprender a lidar com problemas futuros. Fortalecer as condições que garantem a busca por ajuda em todos os contextos (família, trabalho, escola, comunidade)

27- Stress e ansiedade na infância e na adolescência

Hoje, em dia, temos inúmeros estímulos das mais variadas fontes.

Como orientar nossos alunos para que tirem o melhor de suas capacidades e sejam felizes?
Como ajudá-los a não se tornarem ansiosos e stressados?
Qual o papel da escola nesta área?
Nas sociedades modernas a tecnologia e a modernização dos sistemas de comunicação acabaram por gerar mais cobrança, mais competitividade, menos cooperação, menos espírito de equipe, menos solidariedade.

Stress e ansiedade são reações do organismo diante de situações difíceis ou excitantes. Quando isto ocorre o equilíbrio orgânico é quebrado e seus órgãos trabalham em ritmo diferente dos demais o que pode levar a um enfraquecimento e à doenças nestes mesmos orgãos.

Ansiedade: características biológicas e psicológicas que antecedem momentos de perigo (real ou imaginário), marcada por sensações corporais, sensação de vazio no estômago, taquicardia, sudorese, medo intenso, aperto no peito, rubor, calafrios, confusão, nó na garganta etc.

Ansiedade nem sempre é ruim.

Stress Infantil. Toda criança na atualidade: enfrenta várias situações de stress ainda nos primeiros anos de vida (acidentes, doenças, hospitalizações, nascimento de irmãos, mudança de casa, de escola ou de empregada, além das tensões geradas pela necessidade sempre maior de autocontrole).
Fatores que causam o stress infantil: internos e externos.
Fatores internos: características de personalidade, pensamentos e atitudes da criança, diante das situações da vida diária depende da maneira que ela percebe a si mesma e ao mundo à sua volta.
Ansiedade, depressão, desejo de agradar, medo do fracasso, preocupação com mudanças físicas, dúvidas quanto à sua capacidade, interpretações amedrontadoras etc.

Fatores externos: mudanças significativas, responsabilidades e atividades em excesso, brigas ou separação dos pais, perdas, disciplina confusa dos pais, nascimento de irmão, doença e hospitalização, troca de professora ou escola, pais ou professores estressados, medo do pai alcoolatra e até doença dos pais.

Consequências: asma, úlcera, alergia, distúrbios dermatológicos, diarréia, surtos nervosos, dores abdominais, resistência reduzida, hipertensão arterial, obesidade e bronquite.

Crianças reagem de diferentes maneiras para situações estressantes.

Papel do professor

Conhecer seus alunos
Conversar com os alunos
Motivar os alunos para as aulas
Incentivar a perguntarem
Escutar sem crítica ou julgamentos
Promover a autoconfiança
Respeitar o ritmo de cada um
Promover atividades em grupo
Promover atividades calmas

Professor é modelo.

24- Mídia e comportamento

A infância e a adolescência são períodos de imaturidade e transformações físicas e psíquicas, com mudanças radicais e abruptas. Trata-se de um momento dinâmico quando se estabelecem atitudes, conceitos e valores e se formama condutas. É também uma época de maior vulnerabilidade do ser humano às influências externas.

A socialização é o processo através do qual o ser humano interioriza valores, crenças, atitudes e normas de conduta que são próprios de seu grupo social ou sociedade, incorporando-os à sua personalidade.

A mídia se constitui num importante meio de socialização pelo seu acesso universal, sem deslocamento, por não segregar e pela sua eficiência.

A mídia retrata modelos de conduta de uma determinada maneira, seleciona informações e conhecimentos, fornece estímulos. Acontece o chamado "efeito da terceira pessoa": assim como adultos, adolescentes acreditam que a mídia influencia a todos menos a si mesmo.

As crianças aprendem por observação, imitação e pelas suas próprias atitudes. Atitudes e comportamentos agressivos são aprendidos pela imitação de modelos observados. Exposição prévia à violência correlaciona com comportamento agressivo. Crianças menores de 8 anos não diferenciam entre fantasia e realidade e são mais vulneráveis.

Crianças e adolescentes brasileiros gastam mais de 6 horas do dia em contato com algum tipo de mídia.

Entre os impactos negativos da mídia estão o atraso do desenvolvimento neuro psicomotor, a precocidade sexual, a violência, transtornos alimentares, problemas escolares e o uso de drogas.

Há uma presença constante e sistemática da violência nas mídias. Inclusive em programas e filmes feitos para crianças.

As consequências da exposição prolongada à violência na mídia são várias. Desde problemas físicos e mentais, passando pela dessensibilização à violência e chegando à depressão.

A mídia é um dos principais meios por onde crianças e adolescentes recebem informações sobre sexualidade. Destaque para a internet por causa da facilidade de acesso a site pornográficos e também ao favorecimento à pedofilia etc.

A mídia também é um substitutivo de outras atividades, principalmente físicas.
Excessão feitas ao videogames que tem interação e pode contribuir ao aprendizado. No entanto, limita a expansão de relacionamentos sociais além de viciar e levar a um aumento do tempo gasto com games.

Por isso tudo é importante o papel dos professores em educar sobre mídia nas escolas. É fundamental elaborar programas que discutam o impacto das mídias na vida social dos alunos.

23- Uso de substâncias psicoativas

Questão deixada pelo Profo. Li Li Min:
COMO POSSO ABORDAR O ASSUNTO DE SUBSTÃNCIAS PSICOATIVAS NA SALA DE AULA?

O que já faço:
Aproveito questões ligadas à disciplina que ensino (geografia) como ponto de partida para uma discussão mais aprofundada.
Exemplos
Assunto: Economia dos países andinos.
Cito a questão do narcotráfico na América do Sul. Discutimos além da rota da cocaína a questão do uso da folha de coca pelos habitantes dos Andes. A partir daí discutimos sobre drogas lícitas e ilícitas, drogas e cultura, drogas e economia etc.

Assunto: Expectativa de vida entre homens e mulheres.
Entramos na seguinte questão: por que mulheres tem, no geral, expectativa de vida maior que os homens? A resposta está ligada ao fato dos homens, no geral, entre 15 e 35 anos, se aproximarem mais de estilos de vida com violência ou com maior risco (e aí entra também a questão das drogas). Perguntamos: Por que? O que se perde? O que se ganha?

20- Bullying

Qual a definição para o termo bullying? É de difícil precisão porque é um termo inglês sem tradução para o português. Talvez a melhor tradução seria intimidação. Mas a palavra sozinha não dá conta de toda a violência que é praticada no bullying.

O que é então bullying? São atos de agressão física, verbal, moral praticados contra uma pessoa. Ocorrem de maneira sistemática e repetidas vezes. Sem motivação aparente é realizada por vários estudantes contra uma vítima numa relação desigual de poder. Pode ocorrer em sala de aula ou no horário de recreio.

Considerações
É muito comum nas escolas no mundo todo. Acredita-se que metade das crianças em fase escolar já forma vítimas de bullying sendo que 10% são vítimas regulares. É mais violento e mais comum entre meninos e entre as meninas é mais comum agressões verbais, exclusão e difamação.

Quem ou como são os agressores? Eles, no geral, se acham melhores ou superiores que as suas vítimas e acreditam na impunidade de seus atos dentro da escola. Muitas vezes vem de famílias desestruturadas com pais violentos e já foram alvos de bullying. Podem também apresentar transtornos de conduta, TDAH.

Os alvos são geralmente alunos quietos, tímidos, inseguros, com poucas habilidades sociais, poucos amigos, sem capacidade de reagir contra atos de agressividade. Fisicamente são mais frágeis, geralmente são fracos e menores que seus agressores. Podem ser alunos novos, vindos de outra escola ou ainda que tenham uma religião diferente ou seja de um grupo etnico diferente.

Porque as vítimas não buscam ajuda? Eles acreditam na impunidade dos agressores até porque as testemunhas dos atos de agressão tendem a minimizar o problema. Por isso eles tem medo de sofrer agressão mais intensa por conta da delação.

O que é cyberbullying? É o fenômeno do bullying que é praticado através da rede mundial de computadores: em salas de bate-papo, redes sociais, email, páginas da internet, blogs etc. Muitas vezes são expostos textos, imagens (alteradas ou não) e vídeos das vítimas com ofensas e com a finalidade de difamação.

Qual o prejuízo das vítimas de bullying? De forma geral eles passam por grande sofrimento emocional com significativa queda no seu rendimento acadêmico. As principais consequências são: baixa autoestima, queda do rendimento escolar, resistência para ir à escola, troca frequente de escola, abandono dos estudos etc. Apresentam ainda episódios depressivos, pânico, fobia escolar.

Quais as ações mais comuns no bullying? Apelidar, ameaçar, agredir, humilhar, ofender, discriminar, excluir, isolar, intimidar, perseguir, assediar, quebrar objetos da vítima, furtar, hostilizar etc.

O que se pode fazer a respeito? Identificação precoce da situação. Trabalhar a informação e a conscientização sobre a questão. Nos casos mais graves tem de haver um encaminhamento médico e/ou psicológico. Fazer um programa de orientação anti-bullying para pais, professores, funcionários da escola com estratégias para lidar e controlar estes comportamentos. Tornar o ambiente acolhedor, agradável e seguro.

O que os professores podem fazer a respeito? Podem estimular a informação e o conhecimento deste comportamento para pais e alunos em textos explicativos ou em palestras. Podem promover debates na sala de aula sobre respeito mútuo etc. Pode-se criar comitês anti-bullying. Não tolerar a prática e estimular a denúncia. Fornecer auxílio aos alvos, agressores e testemunhas e encaminhar os casos mais graves.

19- Violência nas escolas

A adolescência é um período de grande vulnerabilidade e risco. Problemas psicológicos nesta fase estão associados a
-Abusos de substâncias
-Problemas de internalização
-Problemas de externalização

Distúrbios de conduta são transtornos caracterizados por um padrão de comportamento anti-social retitivo e persistente em crianças e adolescentes. às vezes classificado como psico-social, às vezes como psicopatólógico.
inclui desobediência, birras, brigas, destrutibilidade, mentira e roubo. É o problema mental mais comum na infância e adolescência: 7% em meninos e 3% em meninas.

A agressão física na infância é um problema de saúde pública. Crianças agressivas são de grande risco de ser adolescentes e adultos violentos.
A agressão física é um precursor de problemas mentais na vítima e também no agressor.

Os fatores de risco para distúrbios de conduta e delinquência são individuais (características biológicas, comportamentais e congnitivas do indivíduo), contextuais (familiares e sociais) e de forma cumulativa (que resulta em sofrimento físico e emocional levando à deliquência juvenil).

Fatores familiares e sociais-Disciplina e limites no núcleo familiar
-Famílias disfuncionais
-Doenças mentais nos pais
-Estes fatores são afetados por fatores sociais:
.pobreza
.fracasso escolar
.desemprego
.pobres redes de apoio e de relacionamentos
.perdas de pessoas significativas da família por meios violentos e muitas vezes presenciados por eles.

Nível sócioeconômico

Deve-se diferenciar entre país negligentes (violando deliberadamente o direito dos filhos aos cuidados) e não poder atendr suas necessidades por falta de condições socioeconômicas para isso.
Pais de baixo nível socioeconômico e baixa escolaridade tendem a ser mais autoritários.

Quais os fatores que promovem a violência?

-Causas a longo prazo: práticas parentais inadequadas e exposição repetida a violência.
-Causas a curto prazo: consumo de álcool e drogas e a inserção em gangues.

Fatores de risco para comportamentos delinquentes

.Morar em áreas pobres e densamente povoadas.
.Vida familiar marcada pela pobreza e grande número de descendentes.
.Negligência parental
.Padrões de cuidados e supervisão inadequados
.Sinais prematuros de comportamento anti-social na escola e em casa
.Agressividade
.Temperamento impulsivo
.Baixa inteligência
.Evasão escolar

Meninos são mais propensos a se envolver com violência e delinquência. Já as meninas adolescentes são tão propensas quanto os meninos a bater em membros da família.

Condutas violentas (roubo, furto, agressões) intencionais para obter ganho ou resultante de conduta criminal ou antisocial. Associada a mior prevalência de uso de álcool, maconha, uso maior de drogas no ambiente escolar, ser do sexo masculino, vir de núcleo familiar e ser rebelde.

Fatores associados para violência na escola

.performance escolar ruim
.atitudes anteriores erradas
.sexo masculino
.baixa autoestima
.muitas mudanças de escola
.população escolar com alto uso de drogas

16- Sexualidade e prevenção de risco

QUESTÕES SOBRE PREVENÇÃO DE RISCO NA SEXUALIDADE

Distribuição gratuita de preservativos
.manter a privacidade do adolescente
.não há estímulo extra para a sexualidade
.contato com a camisinha ajuda a familiarização do adolescente com a camisinha
.houve um aumento de HIV positivo entre adolescentes

Campanhas de demonstração do uso do preservativo.

Informação e discussão sobre a questão da afetividade na relação. Outra questão é como a afetividade e o aumento da intimidade de um casal afeta o (des)uso do preservativo.

Discussão sobre o uso do preservativo nas relações homossexuais.

O uso de anticoncepcionais entre adolescentes.

Pílula do dia seguinte: é abortivo? Não estimula o desuso da camisinha?

12- Retardo Mental. Autismo.

RETARDO MENTAL

Retardo Mental, o que é?O retardo mental é quando as habilidades mentais de uma pessoa estão abaixo da média. O início deste déficit se dá antes dos 18 anos. As consequências são os problemas no funcionamento diários, na comunicação, na interação social, nas habilidades motoras, nos cuidados pessoais e na vida acadêmica. Há uma prevalência de 1 a 2% na população de modo geral.

Retardo Mental - Tipos

Leve
Atraso na linguagem, mas conseguem se comunicar e apresentam independência nos cuidados pessoais. Conseguem estudar até certo ponto (ensino médio). Conseguem ter vida independente, ter trabalho, casar e administrar sua casa.

Moderado
Dificuldade na compreensão e no uso da linguagem. Cuidados pessoais e habilidades motoras limitadas, precisa de ajuda para toda a vida. Tem vida acadêmica limitada e precisam de benefícios com turmas especiais.

Grave
Graus maiores de prejuízos intelectuais, motores e funcionais. Déficits visuais e auditivos. Lesões orgânicas ou desenvolvimento intelectual inadequado. Necessitam de atenção e cuidados especiais por toda a vida.

O que fazer?
-Identificação precoce (desde a gestação)
-Tratamento: controle das alterações comportamentais: agitação psicomotora, agressividade, hostilidade, hiperatividade etc.
-Treino de habilidades sociais, estímulos favoráveis.
-Informação e treinamento de pais, familiares e professores.
Escola: como não tem cura trabalho educacional especial para promover a máxima estimulação possível, respeitando as limitações de cada pessoa.
Objetivo: melhora das condições sociais e busca da qualidade de vida para todos.

AUTISMO



Transtorno invasivo do desenvolvimento que tem prejuizos na interação social, atrasos na aquisição da linguagem, comportamentos estereotipados e repetitivos. A incidência é de 2 a 5 casos para cada 10 mil crianças. É mais comum nos meninos que nas meninas.

Identificado aos 2 anos e meio de idade, pais percebem que filho não fala, resiste a cuidados e não interage. Nos bebês percebe-se um déficit no comportamento social, evitam contato visual, sem interesse na voz humana e são indiferentes ao afeto. As crianças não sentem interesse em seguir os pais pela casa nem em brincar com outras crianças.

Interesse por brincadeiras estereotipadas: movimento da roda do carrinho, cheirar e lamber objetos, bater palmas e levar o corpo para frente e para trás. Fascinação por luzes, cores e movimentos. Incomoda-se com mudanças na sua rotina diária e tem inteligência e linguagem comprometidas.

Na escola o autista não demonstra interesse em brincar com outras crianças, nem por jogos ou brincadeiras. Tem interesse por brinquedos específicos ou parte deles. Tem atos estereotipados ou repetitivos. Tem ataques de raiva quando há alteração na rotina e resistência a aprender novas atividades.

O que fazer? A criança tem que receber tratamento individualizado. Necessidade de intervenções conjuntas: educação especial, aconselhamento de pais, terapia comportamental, treino de habilidades sociais, mediações para melhorar de vida e a adaptação da criança

15- Sexualidade na escola

Existe, por parte dos professores, uma grande dificuldade de abordar o tema da sexualidade em sala de aula. Entre os principais motivos estão os preconceitos, os tabus, a sensação de monólogo quando se trata do assunto e a questão do pudor.

Uma das principais razões para tratarmos do assunto é a alta taxa de gravidez entre adolescentes (dos 10 aos 19 anos). Outra questão é a proporção de abortos em adolescentes.

O desenvolvimento sexual se estabelece desde o nascimento do ser humano passando por diferentes fases de acordo como as zonas corporais proporcionam gratificações de prazer.

Puberdade x Adolescência

Adolescência: processo amplo de desenvolvimento biopsicossocial que ocorre numa etapa da vida compreendida entre a infância e a fase adulta. Desenvolvimento da identidade individual e autonomia do indivíduo.
Puberdade: fenômeno de transformação biológico corporal decorrente das transformações hormonais do eixo neuro hipotalâmico. Tem limites bem estabelecidos.
Desenvolvimento da função reprodutora.

A questão central da adolescência é a da "normalidade" na medida que se forma a individualidade e há a questão da imagem. Novo papel enquanto sujeito. Desejo de independência ao mesmo tempo que há uma dependência da família.

Práticas sexuais na adolescência a serem abordadas

.Masturbação
.Ficar
.Namorar
.Iniciação sexual
.Homossexualidade
.Relação sexual forçada

11- Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

O que é TDAH?
É um transtorno comportamental e neurobiológico, de causas genéticas e ambientais, que aparece na infância e pode acompanhar a pessoa por toda a vida com sofrimento.

É caracterizado pela tríade de sintomas: hiperatividade - desatenção - impulsividade
Traz prejuízos no desempenho acadêmico e no relacionamento interpessoal.

Desatenção Características:
-tem dificuldade de prestar atenção a detalhes
-parece que não escuta quando falam com ele
-é facilmente distraído com estímulos alheios
-tem dificuldade de organizaão
-comete erros por descuido
-não segue instruções
-não termina suas tarefas
-perde coisas importantes

Hiperatividade Características:
-não consegue envolver-se em atividades silenciosas
-está sempre a "mil por hora"/"a todo vapor"
-agita mãos e pés ou se remexe na cadeira
-tem dificuldade para permanecer sentado
-corre exageradamente
-fala demais

Impulsividade Características:
-dá respostas precipitadas a perguntas não terminadas
-tem dificuldade de aguardar sua vez
-interrompe ou se intromete em conversas alheias

O TDAH acomete entre 5 a 13% das crianças em idade escolar e pode persistir na vida adulta em metade dos casos. É mais comum em meninos.

Tipos de TDAH:
1. Predominantemente desatento
(predomina entre meninas, são crianças desorganizadas, esquecidas, distraídas, não copiam tarefas e vivem no "mundo da lua", tem alto nível de isolamento social e retraimento)
2. Predominantemente hiperativo-impulsivo
(crianças agressivas, alta taxas de rejeição pelos colegas, impopulares e agitadas)
3. Combinado
(grande prejuízo no funcionamento global, rejeitadas pelos colegas: agem sem pensar, são inadequadas socialmente e falham em fazer planos e prever situações)

Tais comportamentos muitas vezes passam desapercebidas pelos pais.

Quadro clínico comum na escola: (sintomas mais evidentes por comparação)
-Alteração nas habilidades linguísticas
-Falta de noção de espaço (desenhos)
-Dificuldade de reconhecer símbolos gráficos
-Dificuldade para ficarem sentadas e prestarem atenção
-Pouca coordenação motora - "desajeitadas"
-Tendência de ficar sempre em movimento
-Dificuldade em terminar tarefas

O diagnóstico é fundamentalmente clínico (dado pelo médico). É entendido como TDAH quando o prejuízo se dá em dois ou mais contextos. É baseado nos critérios operacionais do DSM-IV ou CID-10.

Causas multifatoriais: fatores genéticos, biofísicos e psicossociais.

Consequências:
.baixo rendimento escolar
.a criança não consegue acompanhar sua turma
.perda da autoestima
.tristeza e falta de motivação
.dificuldades de relacionamentos
.predisposição à episódios depressivos graves
.abuso de álcool e drogas
.adultos inseguros, com poucas habilidades sociais

Tratamento
(sempre relacionado à causa, multidisciplinar)
-medicações, psicoterapia e envolvimento da família e da escola

Possibilidades de intervenção da escola:

- Educação: informar, conscientizar
(para crianças, pais e professores)
Objetivos: ajudar a criança, a família e os professores a compreender os sintomas e os prejuízos do TDAH. Desfazer rótulos ("preguiçosos"), melhorar a autoestima da criança. E para os pais melhorarem suas estratégias para lidar com o TDAH.

-Planejamento e cronogramas
Crianças com TDAH tem dificuldade para planejar atividades futuras
Calendário diário de atividades (lição de casa, aulas extras, passeios, educação física,...) mês a mês.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

8- Distúbios alimentares (aneroxia e bulimia, obesidade).


BULIMIA



ANEROXIA


OBESIDADE NA INFÂNCIA E POSSÍVEL CONSEQUÊNCIA

7- Crescimento e desenvolvimento ponderal e hábitos alimentares



Programa Nacional de Alimentação Escolar PNAE - O Estado e sua participação e responsabilidade na alimentação escolar.

Diretrizes do PNAE

I - O emprego da alimentação saudável e adequada, que
compreende o uso de alimentos variados, seguros, que
respeitem a cultura, as tradições e os hábitos alimentares
saudáveis;
II - A inclusão da educação alimentar e nutricional no processo
de ensino e aprendizagem, que perpassa pelo currículo escolar;
III- Descentralização das ações e articulação, em regime de
colaboração, entre as esferas de governo;
IV- O apoio ao desenvolvimento sustentável, com incentivos
para a aquisição de gêneros alimentícios diversificados,
produzidos em âmbito local e preferencialmente pela
agricultura familiar e pelos empreendedores familiares,
priorizando as comunidades tradicionais indígenas e de
remanescentes de quilombos;

4- Saúde do professor

Principais problemas de saúde do professor

-problemas na voz

causas: sobrecarregamento da voz, uso de voz alta

orientações: beber água ao longo da água, falar de frente para a sala, não buscar atenção sobreponto o volume da voz ao barulho da sala, respirar adequadamente etc.

-problemas posturais

causas: posturas viciosas, sedentarismo, ernias de disco, sobrepeso, D.O.R.T.s (Disturbio Osseomuscular Relacionado ao Trabalho)

orientações: alongamento antes de entrar em sala de aula, usar a lousa na altura dos olhos, postura ereta

-stress
síndrome de burnout, ansiedade, depressão, pânico, fobias

causas: acúmulo de trabalho, falta de tempo para inúmeras atividades, falta de recursos e má condição de trabalho, sistema de ensino deficitário

orientações: interlocução com pares, manter a calma, procurar algo de positivo nas situações, ter consciência que a situação ruim não se manterá para sempre, focalizar no que pode ser feito e no que dá certo, não desenvolver dependência de ninguém, aceite mundanças (ser flexível), fazer exercícios físicos regularmente, ter um momendo do dia para si mesmo, criar ambiente agradável de trabalho, não desistir, buscar apoio da direção etc.

3- Introdução: saúde na escola

Situações e fenômenos sociais que atingem a saúde de alunos e devem ser
observados e trabalhados por professores nas escolas:


- alimentação (hábitos desregulados)
- TDAH (patologização, remédios)
- afetividade (gravidez na adolescência)
- agressividade e violência
- bullying
- drogas
- mídia
- lazer e stress
- depressão infantil e na adolescência

O professor também deve atentar para sua própria situação de saúde. Ele deve fazer consultas preventivas ao médico afim de se precaver de possíveis doenças e afastamentos da sala de aula.